O programa para o meu quarto dia em Minas Gerais era um passeio até outras duas cidades históricas: Ouro Preto e Mariana. A cidade de de Ouro Preto está localizada em uma das principais áreas do Ciclo do Ouro. Foi a primeira cidade brasileira considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO, título que recebeu em 1980. As suas igrejas são ricamente decoradas e de relevante importância artística e histórica.
Tivemos a oportunidade de conhecer duas igrejas. A primeira delas foi a Igreja de Francisco de Assis que foi construída em estilo barroco com elementos decorativos rococó. É uma das mais celebradas criações do Aleijadinho, que elaborou o projeto básico da fachada e da decoração, realizando pessoalmente diversos elementos.
Ali também se encontram os trabalhos do Mestre Manuel da Costa Ataíde, considerado o maior nome da pintura colonial brasileira. Pela sua relevância a igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Em seguida visitamos a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, erguida durante o Ciclo do Ouro. Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1939. O Instituto realizou trabalhos de douramento entre 1952 e 1965. Em 1º de dezembro de 2012 a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi elevada a condição de Basílica Menor.
Posteriormente visitamos a Mina Santa Rita, escavada por negros no período do Ciclo do Ouro. A escavação nesta época as minas eram escavadas artesanalmente, sem o uso de explosivos.
Os negros eram tratados e selecionados feito animais. Os mais altos eram castrados para que não pudessem engravidar negras da senzala e os menores deveriam engravidar o máximo de negras possível e assim garantir filhos com baixa estatura.
As crianças também eram utilizadas nesse tipo de escavação por causa do seu tamanho, então aos seis anos de idade elas já começavam o trabalho. Enquanto isso, suas mães ficavam ao lado de fora separando o ouro do barro.
Devido ao seu formato, a mina possui um espaço muito restrito e muita umidade e ideal para proliferação de fungos e bactérias o que gerava muitos casos de doença, como tuberculose. O que justificava o sacrifício do escravo para evitar que escravos saudáveis também adoecessem.
Apesar da dificuldade para andar dentro da mina foi uma visita muito interessante. Enquanto nos contava a respeito do trabalho dos escravos o guia nos explicou a origem de várias expressões que usamos no nosso cotidiano mas sequer sabemos qual é a sua origem.
Após o almoço o nosso grupo teve um tempo livre para visitar os museus situados nas proximidades da Praça Tiradentes ou então a feira de artesanato em pedra sabão.
Depois seguimos para a cidade de Mariana, no século XVII foi uma das maiores cidades produtoras de ouro para o Império Português. Tornou-se a primeira capital mineira por participar de uma disputa onde a Vila que arrecadasse maior quantidade de ouro seria elevada a Cidade sendo a capital da então Capitania de Minas Gerais.
No aniversário da cidade, é assinada na Praça Minas Gerais a transferência simbólica da capital de Belo Horizonte para Mariana. Nesta praça estão situadas a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a Igreja de são Francisco de Assis.
A construção da Igreja de São Francisco de Assis teve início em 1763 com projeto arquitetônico, risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor da lavra de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e pinturas de Manuel da Costa Ataíde. Eles são considerados os dois mais importantes nomes da arte colonial brasileira.
As obras da Igreja de Nossa Senhora do Carmo iniciaram em 1784 e terminaram em 1835. A sua decoração foi perdida por ocasião de um incêndio em 1999 enquanto estava sendo restaurada. Os restos carbonizados foram preservados e estão em exposição.
Depois de algum tempo conversando com a nossa guia encerramos o nosso passeio e retornamos para Belo Horizonte. Enfim, foi um dia muito agradável em que tivemos contato com muitas informações a respeito do período colonial.