18/09 – Primeiro dia
Cheguei ao Aeroporto Afonso Pena com cerca de duas horas de antecedência em relação ao horário do meu voo. Providenciei a proteção da minha mala e logo em seguida a despachei.
O voo para Belo Horizonte também foi tranquilo e pouco depois das 14:00 cheguei no Aeroporto de Confins. Aguardei por alguns instantes pela minha mala e em segui me dirigi ao local onde um funcionário da UAI BRAZIL estava me aguardando.
Durante o trajeto entre o aeroporto e o hotel conversamos sobre diversos assuntos bem como a respeito dos passeios que estavam programados para os próximos dias.
Após cumprir com os procedimentos na recepção do hotel me dirigi para o meu quarto. Acomodei a minha bagagem, tomei um bom banho e tirei um soneca por alguns instantes.
Na sequencia fui para o meu primeiro compromisso em Belo Horizonte, visitar o Mercado Central e comprar algumas encomendas. Inicialmente me concentrei em pesquisar os preços de queijo canastra. Em seguida iniciei a procura de algumas encomendas.
Posso dizer que a visita foi muito proveitosa, pois encontrei grande parte do que estava procurando e comprei algumas lembranças.
19/09 – Segundo Dia
Depois de uma boa noite de sono acordei bem cedo, tomei um banho e fui logo para o café da manhã.
No buffet tinha frutas, sucos, leite, café, chocolate frio, queijo minas, ricota, presunto, mortadela, geleia, vários tipos de pães, bolos e é claro o tradicional pão de queijo. Experimentei um pouco de cada uma daquelas delícias e depois retornei para o meu quarto.
Pouco depois das sete horas segui para a recepção onde aguardei pela chegada do ônibus que me levaria até o Instituto Inhotim. O ônibus passou por outros hotéis de BH para pegar o pessoal que iria no passeio.
O Inhotim está situado na cidade de Brumadinho, localizada a cerca de 60 km de Belo Horizonte. A área de visitação tem 96,87 hectares e compreende jardins, galerias, edificações e fragmentos de mata, além de cinco lagos ornamentais, com aproximadamente 3,5 hectares de espelho d’ água.
O jardim botânico tem 4.300 espécies em cultivo e está cercado por mata nativa, com trinta por cento de todo o acervo em exposição para o público. Nesse jardim, estão cerca de 1.500 espécies catalogadas de palmeira, a maior coleção do tipo do mundo. O parque abriga diversas plantas raras, tanto nativas quanto exóticas.
Sem dúvida foi uma experiência muito gratificante. Como a área é muito grande não visitamos tudo. Por volta das 16:30 iniciamos a nossa viagem de retorno para Belo Horizonte.
20/09 – Terceiro Dia
A manhã foi reservada para um passeio pelos principais pontos turísticos da cidade de Belo Horizonte. O primeiro local visitado foi Conjunto Arquitetônico da Pampulha, um complexo projetado por Oscar Niemeyer durante a gestão de Juscelino Kubitschek à frente da prefeitura de Belo Horizonte.
Em seguida visitamos o Museu Histórico Abílio Barreto, cujo acervo conta as modificações sofridas na paisagem urbana de Belo Horizonte. A maior peça exposta no museu é o casarão, uma das poucas edificações remanescentes do antigo Arraial do Curral Del Rey.
Dali seguimos para o Mirante das Mangabeiras, uma área que permite uma grande visualização de BH. Antes de chegar ao mirante passamos pela Praça do Papa, local onde o Papa João Paulo II rezou uma missa quando esteve na capital mineira em 1980.
Também passamos em frente do Palácio das Mangabeiras, residência oficial dos governadores de MG. O projeto de Oscar Niemeyer e os jardins são de Burle Marx.
No mirante tiramos várias fotos com a paisagem de BH como fundo. O próximo local visitado foi a Rua do Amendoim, uma ladeira chamada Rua Professor Otávio Coelho Magalhães, perto da Praça do Papa.
Ela ficou conhecida por uma ilusão de óptica. Quando os carros são desligados, eles sobem, ao invés de descerem. Como eu já conhecia a curiosidade não comentei nada quando a nossa guia turística perguntou se o nosso ônibus estava subindo ou descendo.
O passeio terminou no Mercado Central, onde os integrantes do nosso grupo se dispersaram para comprar queijos, doces, artesanatos, etc.
21/09 – Quarto Dia
O meu quarto dia em Belo Horizonte foi dedicado a uma visita a Praça da Liberdade.
Caminhei durante cerca de vinte minutos e depois me dirigi ao CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil.
Visitei a mostra “Trópikos, Anotações Sobre o Entorno e a Pessoa”, do artista plástico Chico Amaral.
Na sequencia visitei o Memorial de Minas Gerais, criado pela Vale em parceria com o Governo De Minas Gerais, por meio da Fundação Vale. O Memorial é dividido em três andares e não há uma sequencia determinada para percorrer as 31 salas. Os visitantes descobrem a história e os costumes mineiros do século XVIII até os dias atuais.
Particularmente gostei da sala dedicada ao poeta Carlos Drummond de Andrade e da sala dedicada a Inconfidência Mineira.
Ao lado do Memorial está localizado o Museu das Minas e do Metal, o qual abriga importante acervo sobre mineração e metalurgia, documentando duas das principais atividades econômicas de Minas Gerais.
O museu atualmente é mantido pela GERDAU e utiliza a tecnologia de forma lúdica e criativa para apresentar esse fascinante universo dos metais, dos minerais e seus componentes. Em 18 salas, estão instaladas 44 atrações sobre o tema.
Ao todo foram pouco mais de três horas de visita. Dali segui para o Mercado Central onde fiz algumas compras e em seguida retornei para o meu hotel.
22/09 – Quinto Dia
A programação era o passeio para as cidades de São João Del Rei e Tiradentes. A expectativa era muito grande pois em 2016 não tive a oportunidade de conhecer estas cidades históricas.
Depois de uma longa viagem chegamos em São João Del Rei, distante cerca de 183 km de Belo Horizonte. Em um primeiro momento conhecemos a Igreja de São Francisco de Assis, fundada pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
A igreja é um dos principais marcos da arte colonial brasileira, tornando-se famosa pela beleza de sua arquitetura, pela riqueza de sua talha e pela participação nas obras do mestre Aleijadinho, autor do projeto, mais tarde modificado por Francisco Cerqueira.
Devido à sua importância, a igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -IPHAN junto com todo o seu acervo.
Atrás da igreja está localizado o Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, onde visitamos o túmulo de Tancredo Neves (04/03/1910 – 21/04/1985) e sua esposa Dona Risoleta Neves (20/07/1917 – 21/09/2003).
Em seguida caminhamos até a Matriz de Nossa Senhora do Pilar. É um grande representante da arte colonial brasileira, contendo rica decoração em talha dourada, pinturas e estatuária, sendo tombada pelo IPHAN. Nesta igreja não é permitido tirar fotos.
Depois fomos até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Como ela estava fechada não pudemos conhecer o seu interior. Perto dali está localizado o Solar dos Neves, casarão que pertence à família Neves.
Foi a residência do presidente Tancredo de Almeida Neves entre os anos de 1957 e 1985. Depois, a esposa dele, Risoleta Guimarães Tolentino Neves, utilizou-se do casarão até a sua morte, no ano de 2003. Atualmente é utilizado como residência do neto Aécio Neves em suas visitas à cidade.
Permanecemos algum tempo admirando a beleza das casas. Foi então que percebemos que a poucos metros dali uma pessoas acenava para nós numa das sacadas.
Tratava-se de uma religiosa de 84 anos e que nos contou que se chamava Irmã Maria Helena e era filha do Dr. Paulo de Almeida Lustosa, um dentista que desenvolveu um medicamento para aliviar as dores de dente.
Depois de alguns minutos de conversa ela nos abençoou e se recolheu para o interior da casa. Sem dúvida este foi um dos momentos mais gratificantes do nosso passeio.
Algum tempo depois seguimos para o nosso almoço que seria em um restaurante localizado no caminho entre São João Del Rei e Tiradentes. Durante cerca de uma hora apreciamos a boa cozinha mineira.
Chegando em Tiradentes primeiramente visitamos a Igreja Matriz de Santo Antônio, construída em 1710 é a segunda igreja em ouro do Brasil. No seu interior há um órgão datado de 1788, considerado um dos quinze mais importantes do mundo.
Em nossa caminhada pela cidade de Tiradentes conhecemos o monumento em homenagem a Tiradentes e passamos em frente a casa em que morou Padre Toledo, um dos cabeças da Inconfidência Mineira. Foi um dos locais onde se conspirou em 1789.
Também visitamos o Chafariz São José, construído em 1749 para abastecer a então vila com água potável, também era utilizado para lavagem de roupa e para bebedouro de animais, principalmente cavalos.
Por volta das quatro e meia da tarde fomos até a estação do trem de onde partiríamos para um passeio até São João Del Rei. Exatamente às cinco horas a Maria Fumaça nº 41 partiu para uma viagem de cinquenta minutos.
Durante o caminho fomos brindados com um belo pôr do sol. Na chegada em São João Del Rei fomos recepcionados pelos moradores locais que acenavam diante da passagem do trem.
Tão logo desembarcamos nos dirigimos até o local onde estava o ônibus que nos levaria de volta a Belo Horizonte. No caminho fizemos uma parada em um local chamado Café com Prosa.
Após fazer o meu lanche fui conversar com o proprietário do estabelecimento. Logo uma cachorra se aproximou de mim. O dono contou que ela tinha sido abandonada ali há alguns anos.
Então agachei e comecei a agradar ela. Em pouco tempo ela retribuiu o meu carinho com uma lambida. Antes de me despedir tirei uma foto.
A viagem de ida e volta foi cansativa mas o passeio foi muito gratificante.
23/09 – Sexto Dia
Após o café da manhã fui até a Praça da Liberdade. Caminhei durante cerca de vinte minutos e depois entrei no Memorial de Minas Gerais.
Fui direto para a sala dedicada ao poeta Carlos Drummond de Andrade. Ali é possível ouvir o próprio Drummond declamando os seus poemas. Permaneci ali por alguns minutos ouvindo o poema José.
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Saindo dali passei por outras salas até chegar aquela dedicada a Inconfidência Mineira. A sala possui TVs onde aparecem os personagens da Inconfidência: Joaquim Silvério dos Reis, Conde de Assumar, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Marília de Dirceu, Alvarenga Peixoto, Bárbara Heliodora, Tiradentes, Padre Rolim, Padre Toledo, Escravo Alexandre.
Nesta sala os personagens da Inconfidência Mineira apresentam a história desta revolução de forma lúdica e surpreendente.
Saindo do Memorial segui para o Mercado Central onde fiz algumas compras. Depois de pouco mais de uma hora retornei para o hotel. Agora o meu grande desafio era acomodar todas aquelas compras na mala.
24/09 – Sétimo Dia
As férias em Minas Gerais terminaram, chegou o momento de voltar para casa. Acordei cedo e fui logo aproveitar pela última vez as inúmeras delícias do café da manhã.
Faltando dez minutos para o meio dia chegou o motorista que me levaria até o Aeroporto de Confins. Durante o trajeto fomos conversando a respeito dos passeios que fiz ao longo da semana. Chegando no aeroporto fui logo até o balcão da Avianca despachar a minha mala. Lá tomei conhecimento que minha mala tinha excedido o peso.
Efetuei o pagamento do valor correspondente e me dirigi até o local de embarque. O avião saiu do portão de embarque às 15:01 e decolou às 15:13. Pousou as 16:11 em Guarulhos e chegou ao portão de desembarque às 16:22.
O avião deixou o portão de embarque às 17:23 e decolou às 17:26. O pouso no Aeroporto Afonso Pena ocorreu às 18:01 e às 18:05 o avião chegou ao portão de desembarque.
Mais alguns minutos e cheguei até o local onde estava a minha mala. Cheguei em casa por volta das 18:50. Ao abrir o portão me deparei com o Shadow todo contente com a minha chegada.