BLOG DO NORMAN

4º Dia – 15/09

O programa para o meu quarto dia em Minas Gerais era um passeio até outras duas cidades históricas: Ouro Preto e Mariana. A cidade de de Ouro Preto está localizada em uma das principais áreas do Ciclo do Ouro. Foi a primeira cidade brasileira considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO, título que recebeu em 1980. As suas igrejas são ricamente decoradas e de relevante importância artística e histórica.

Tivemos a oportunidade de conhecer duas igrejas. A primeira delas foi a Igreja de Francisco de Assis que foi construída em estilo barroco com elementos decorativos rococó. É uma das mais celebradas criações do Aleijadinho, que elaborou o projeto básico da fachada e da decoração, realizando pessoalmente diversos elementos.

Ali também se encontram os trabalhos do Mestre Manuel da Costa Ataíde, considerado o maior nome da pintura colonial brasileira. Pela sua relevância a igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Basílica de Nossa Senhora do Pilar
Igreja de São Francisco de Assis

Em seguida visitamos a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, erguida durante o Ciclo do Ouro. Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1939. O Instituto realizou trabalhos de douramento entre 1952 e 1965. Em 1º de dezembro de 2012 a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi elevada a condição de Basílica Menor.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar

Posteriormente visitamos a Mina Santa Rita, escavada por negros no período do Ciclo do Ouro. A escavação nesta época as minas eram escavadas artesanalmente, sem o uso de explosivos.

Mina Santa Rita
Mina Santa Rita

Os negros eram tratados e selecionados feito animais. Os mais altos eram castrados para que não pudessem engravidar negras da senzala e os menores deveriam engravidar o máximo de negras possível e assim garantir filhos com baixa estatura.

As crianças também eram utilizadas nesse tipo de escavação por causa do seu tamanho, então aos seis anos de idade elas já começavam o trabalho. Enquanto isso, suas mães ficavam ao lado de fora separando o ouro do barro.

Devido ao seu formato, a mina possui um espaço muito restrito e muita umidade e ideal para proliferação de fungos e bactérias o que gerava muitos casos de doença, como tuberculose. O que justificava o sacrifício do escravo para evitar que escravos saudáveis também adoecessem.

Apesar da dificuldade para andar dentro da mina foi uma visita muito interessante. Enquanto nos contava a respeito do trabalho dos escravos o guia nos explicou a origem de várias expressões que usamos no nosso cotidiano mas sequer sabemos qual é a sua origem.

Após o almoço o nosso grupo teve um tempo livre para visitar os museus situados nas proximidades da Praça Tiradentes ou então a feira de artesanato em pedra sabão.

Depois seguimos para a cidade de Mariana, no século XVII foi uma das maiores cidades produtoras de ouro para o Império Português. Tornou-se a primeira capital mineira por participar de uma disputa onde a Vila que arrecadasse maior quantidade de ouro seria elevada a Cidade sendo a capital da então Capitania de Minas Gerais.

No aniversário da cidade, é assinada na Praça Minas Gerais a transferência simbólica da capital de Belo Horizonte para Mariana. Nesta praça estão situadas a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a Igreja de são Francisco de Assis.

No aniversário da cidade, é assinada na Praça Minas Gerais a transferência simbólica da capital de Belo Horizonte para Mariana. Nesta praça estão situadas a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a Igreja de são Francisco de Assis.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Igreja de São Francisco de Assis

A construção da Igreja de São Francisco de Assis teve início em 1763 com projeto arquitetônico, risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor da lavra de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e pinturas de Manuel da Costa Ataíde. Eles são considerados os dois mais importantes nomes da arte colonial brasileira.

Igreja de São Francisco de Assis
Igreja de Nossa Senhora do Carmo

As obras da Igreja de Nossa Senhora do Carmo iniciaram em 1784 e terminaram em 1835. A sua decoração foi perdida por ocasião de um incêndio em 1999 enquanto estava sendo restaurada. Os restos carbonizados foram preservados e estão em exposição.

Depois de algum tempo conversando com a nossa guia encerramos o nosso passeio e retornamos para Belo Horizonte. Enfim, foi um dia muito agradável  em que tivemos contato com muitas informações a respeito do período colonial.

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