No primeiro domingo de maio tive a oportunidade de participar da minha sexta meia maratona.
Foi a mesma que terminei escoltado por três batedores e acabei virando notícia alguns dias depois. Clique aqui para conhecer a minha história emocionante naquela prova.
Um ano depois eu voltei ao local para enfrentar novamente os vinte e um quilômetros. O meu grande desafio era fazer uma meia maratona diferente daquela de 2018. Não planejei um tempo para completar o percurso.
Decidi seguir em um ritmo tranquilo e confortável. Desde o início fui me preservando para enfrentar os trechos mais complicados.
Duas horas depois da largada passei pela placa dos 14 KM. Mantendo o ritmo conseguiria terminar no tempo limite de três horas. Segui adiante com muito cuidado. Não tinha ninguém no meu campo visual mas sabia que tinham alguns corredores atrás mas que não me ameaçavam porque estavam bem distantes.
Para me incentivar desde o momento da largada ouvi o Tema da Vitória, música que marcou as conquistas do meu ídolo Ayrton Senna. A cada passo eu ficava mais perto da linha de chegada. Quando faltavam cerca de quinhentos metros senti algumas dores na panturrilha esquerda e depois na direita.
Respirei fundo e lembrei da última volta do Senna no GP do Brasil de 1991 apenas com a sexta marcha.
Quando entrei na reta de chegada percebi várias pessoas aplaudindo e me incentivando. Ouvindo o Tema da Vitória fui com muito cuidado e com passos lentos. Neste momento o choro foi inevitável.
Terminei a minha sexta Meia Maratona com o tempo de três horas e sete minutos. Na maior parte do percurso eu estava sozinho e mantive tranquilo e com foco no meu objetivo.
Não completei os vinte e um quilômetros em menos do que três horas. Mas o mais importante foi que consegui superar a lembrança do sofrimento da prova de 2018.
Agradeço a todas as pessoas que na minha chegada transmitiram uma energia positiva incrível.