Em abril de 2017 participei de duas corridas, mas a que me marcou mais e ficará gravada na minha memória foi a Etapa Outono do Circuito das Estações.
Larguei com tranquilidade e fui buscando espaço para poder desenvolver um ritmo confortável de corrida. Como conhecia o percurso sabia que tinha que controlar o meu ritmo para poder enfrentar o percurso de dez quilômetros.
Ao longo do terceiro quilômetro percebi uma dificuldade para aumentar o ritmo das minhas passadas. Conseguia trotar por distâncias bem curtas e logo voltava a caminhar. Fui num ritmo bem lento, com uma respiração tranquila e me hidratando com o copo de água que tinha comigo.
Quando me aproximei da placa que marcava os cinco quilômetros reduzi ainda mais o meu ritmo e esperei que a ambulância ficasse do meu lado.
A enfermeira desceu da ambulância e perguntou como eu estava me sentindo. Expliquei que tinha um pouco de tontura e que as pernas não me obedeciam.
O primeiro procedimento foi verificar a minha pressão arterial e os batimentos cardíacos. Ambos estavam normais e eu preferi seguir dentro da ambulância até o final da prova. Durante o trajeto fomos conversando e fui ficando mais tranquilo.
A ambulância parou alguns metros antes da linha de chegada. Cruzei a linha para fechar o meu tempo e fui até o ambulatório onde foram verificadas a frequencia cardíaca, a pressão arterial e a oximetria. Como estavam todos bem fui logo liberado.
Peguei a medalha, me hidratei e comi duas frutas. Esperei um pouco e fui embora para casa.
O que aconteceu foi o resultado de uma noite de pouco sono. Mas felizmente eu soube reconhecer que não estava bem e tomei a decisão certa ao parar.
Claro que fiquei muito triste com o que aconteceu pois desejava cruzar a linha de chegada vibrando com mais um prova completada.
Mas e se decidisse continuar até o final o que poderia acontecer nos próximos cinco quilômetros? Os riscos de sofrer uma queda e se machucar com gravidade seriam cada vez maiores.