Hoje acordei cedo para participar da corrida que marcaria os meus cinco anos no mundo das corridas de rua. Mas eu não enfrentaria os dez quilômetros que estava acostumado a correr.
Desta vez eu iria encarar pela segunda vez uma Meia Maratona. Cheguei cedo no local da prova e logo iniciei o meu ritual de concentração. Lembrei de tudo o que aprendi com a minha participação na Meia Maratona Ecológica de Curitiba no mês de maio bem como de algumas dicas de amigos.
Larguei com muita calma e sem nenhuma preocupação com os outros corredores. Escolhi um trote lento e segui adiante. Nas descidas aproveitei um pouco para aumentar o ritmo mas logo em seguida retornei ao trote.
Como tinha escolhido a estratégia de dividir a prova em três partes quando completei a distância de sete quilômetros olhei para o meu relógio. Naquele momento o tempo acumulado era de cerca de cinquenta e seis minutos.
No entanto era muito cedo para projetar o tempo final. Ao passar por alguém num ritmo lento procurava conversar e incentivar um pouco. Durante o percurso sempre procurei ter um corredor no meu campo visual. Sendo assim fui controlando a distância que me separava de quem estava na minha frente.
Cheguei a marca dos 14 km com o tempo de 01:57. Ainda tinha mais sete quilômetros pela frente. A partir dali fui controlando a distância restante mas sem me preocupar com o tempo.
Aumentei um pouquinho o ritmo depois de passar pela marca dos vinte quilômetros. A partir dali iniciei a contagem regressiva da distância que faltava para o final.
Sabia que não teria as mínimas condições de dar a tradicional arrancada nos cem metros finais. Fui num trote lento e quando faltavam cerca de vinte metros senti a panturrilha direita e depois a esquerda. Parei por alguns segundos e pensei “Agora não, falta só mais um pouquinho, estamos quase chegando”. Respirei fundo e procurei reunir o pouco de energia que me restava.
Fui dando um passo atrás do outro até a linha de chegada. Travei o relógio mas nem olhei para quanto tinha sido o meu tempo final. Somente ao chegar em casa fui analisar com calma as minhas parciais e vi que o tempo final tinha sido de 3:02:08.
Apesar das dificuldades que enfrentei ao longo dos vinte e um quilômetros fiquei satisfeito com o resultado atingido. É claro que ainda tenho que aprimorar muita coisa nos próximos meses até a Maratona de Curitiba.