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Lembranças da Meia Maratona Internacional de Curitiba 2018

No dia seis de maio de 2018 tive a oportunidade de participar da Meia Maratona Internacional de Curitiba, organizada pela Thomé e Santos.

Conhecendo as características do percurso larguei com tranquilidade e tentando encaixar um ritmo confortável.

Mas tão logo iniciei o km 12 as primeiras dores apareceram na panturrilha direita, justamente no trecho do percurso onde teria a oportunidade de desenvolver uma boa velocidade por ser um trecho de descida.

Diante daquela situação mudei a estratégia que tinha sido definida inicialmente. Segui alternando a caminhada com o trote lento pois fiquei com medo que a dor voltasse.

Alguns metros depois de iniciar o km 16 foi a vez de doer a panturrilha esquerda. Decidi continuar caminhando lentamente e com muito cuidado conseguia trotar com alguma dificuldade.

Como naquele momento eu estava sozinho não tinha com quem compartilhar as minhas dificuldades e pegar um pouco de energia positiva.

Pouco antes da marca do km 18 dois monitores se aproximaram com as suas motos. Um deles me perguntou se eu queria terminar a prova. Respondi que sim, pois se tinha chegado até ali então iria até o fim. Ele falou que eu poderia ficar tranquilo e me acompanharia até o final.

Ainda faltavam três longos quilômetros pela frente. Onde poderia buscar motivação para continuar?

Fiz uma breve viagem no tempo até chegar no dia 24 de março de 1991. Naquele domingo em Interlagos Ayrton Senna venceu pela primeira vez o GP do Brasil apenas com a sexta marca do seu carro.

Enfim nada poderia me impedir de terminar a minha terceira meia maratona.

Os carros que passavam por mim buzinavam e as pessoas gritavam palavras de incentivo. Naquele momento os meus pensamentos e energias estavam todos direcionados para a linha de chegada.

Quando faltavam cerca de duzentos metros tentei aumentar um pouco o ritmo das passadas. Mas como não tinha forças segui bem devagar. Olhei para o lado e vi várias pessoas me aplaudindo e incentivando.

Pouco antes de cruzar a linha de chegada fiz questão de agradecer aqueles que me escoltaram ao longo de três quilômetros.

Esta não foi a meia maratona que imaginei para mim. Mas tenho a plena certeza que contei com a energia positiva e o incentivo de um grande número de pessoas.

Sem dúvida foi um momento muito emocionante que ficará guardado com muito carinho na minha memória.

Publiquei o meu relato no Facebook e alguns dias depois uma pessoa entrou em contato comigo e questionou se poderia publicar a minha história no site Eu Atleta.

Autorizei a publicação e indiquei o nome do fotógrafo que registrou o momento.

Em uma meia maratona além da prova de 21 km temos as provas de 5 e de 10 km. Quem termina a sua prova recebe a sua medalha e logo em seguida vai para a linha de chegada aguardar os amigos que enfrentaram os 21 km.

No entanto, a maioria das pessoas não imagina o que acontece com quem está lá atrás em último. O meu relato mostrou que quem está em último também vive emoções durante a sua corrida.

Com o passar do tempo percebi que antes ou depois das corridas as pessoas vinham conversar comigo e demonstravam a sua admiração pelo meu exemplo de superação.

Mesmo sem querer nem saber eu passei a ser o inspirador de outros corredores. Demorei um pouco para assimilar esta condição mas tenho uma gratidão muito grande por poder ajudar outros corredores com a minha energia positiva. 

TÚNEL DO TEMPO: MEIA MARATONA INTERNACIONAL DE CURITIBA 2018

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