Cinco anos de corridas de rua – Parte 8

Temporada de 2017 – 1º Semestre

Cinco anos de corridas de rua – Parte 8

A temporada começou no dia 22 de janeiro com a prova de cinco quilômetros da Corrida da Ponte. Desde o início resolvi manter um ritmo forte e sempre procurando fazer o melhor traçado.

Seria complicado bater o recorde de 34 min e 20 seg. Sendo assim esperava completar a prova em torno dos trinta e seis minutos. Cruzei a linha de chegada com 36 min e 18 seg.

No domingo seguinte enfrentei a minha primeira prova de dez quilômetros do ano. Alguns dias antes tive a oportunidade de analisar o percurso e estimei um tempo de cerca de uma hora e vinte minutos.

Larguei com calma e fui controlando o ritmo de acordo com as características do percurso. Terminei a prova com 1 hora, 20 min e 44 seg. Esta corrida foi muito significativa para mim pois o local da largada e da chegada era a Praça da Espanha. Um local em que brincava na minha infância.

A praça foi reformada recentemente e está diferente daquela do início dos anos 70. Mas em poucos minutos fiz uma viagem no tempo.

Algumas quadras dali fica o prédio onde morei naquela época. Parei em frente ao portão e fiquei olhando para o corredor. Foi muito bom relembrar daquele tempo mesmo que por poucos minutos.

O mês de fevereiro foi marcado pela prova de 5 km da Track&Field Mueller. O percurso conhecido ajudou bastante na elaboração da estratégia. Me poupei na primeira metade para depois aumentar o ritmo das passadas.

De acordo com a minha estratégia o tempo estimado para a conclusão da prova era entre 35 e 36 minutos. Segui num ritmo forte de de olho no relógio. Assim completei os 5 km em 35 min e 34 seg.

No mês de março foi a vez de enfrentar os dez quilômetros da Corrida do BPTRAN. Completei o percurso em 1 hora, 17 min 35 min.

Em abril participei de duas provas. A primeira delas foi a Etapa Outono do Circuito das Estações. No entanto percebi desde o início que não estava conseguindo evoluir do trote para a corrida. Após passar pela placa que marcava os três quilômetros vi que não teria condições de ir até o final.

Então decidi que na placa dos 4 km faria uma nova avaliação. Segui em um ritmo bem lento ma com contato visual com um grupo de corredores que estava um pouco na frente. Ao passar pelos 4 km o objetivo era o de chegar até os 5 km.

O ritmo era cada vez mais lento. Não tinha mais contato visual com ninguém. Assim que vi a placa dos 5 km decidi parar. Me aproximei da calçada, olhei para trás e vi a ambulância que estava me acompanhando.

A socorrista me questionou sobre como eu estava me sentindo. Respondi que estava com uma leve tontura e estava parando para evitar uma queda mais adiante. Ela verificou a minha pressão arterial e os batimentos cardíacos.

Sendo assim a segunda parte da minha corrida foi dentro da ambulância. No caminho eu e a socorrista fomos conversando. Poucos metros antes da linha de chegada desci da ambulância e segui para o ambulatório.

Um enfermeira verificou novamente a pressão arterial e os batimentos cardíacos e logo em seguida me liberou. Sem dúvida passei por um susto muito grande mas soube ficar atento ao sinais que o meu corpo estava dando.

No final de abril enfrentei os cinco quilômetros da corrida Unidos pela Vida. As características do percurso eram favoráveis para conseguir um tempo em torno de trinta e cinco minutos. Cruzei a linha de chegada com o tempo de 35 min e 09 seg.

Quando defini o meu calendário de provas para 2017 resolvi que deveriam haver pelo menos duas provas importantes para comemorar o meu aniversário de cinquenta anos. As provas escolhidas foram a 1/2 Maratona Ecológica de Curitiba e a Maratona Internacional de Curitiba. No dia sete de maio chegou a hora de enfrentar o meu primeiro desafio.

Cinco anos de corridas de rua – Parte 8

Como esta era a minha primeira meia maratona não fiz nenhuma estimativa do tempo para a conclusão da prova. Devo admitir que em dois ou três momentos pensei “O que eu estou fazendo aqui?”. Mas jamais pensei em desistir, andei nos trechos de subida e segui adiante.

A distância de 21 km não significa 10 + 10 + 1, pois tem muitos fatores envolvidos durante a corrida.  Ao longo do percurso recebi várias palavras de incentivo, principalmente quando passei da marca dos 17 km.

Ao passar em cada cruzamento procurava cumprimentar quem estava ali para ir recolhendo energias positivas. Em um certo momento vi uma garota vindo em sentido contrário. Ao bater na minha mão ela resolveu me acompanhar.

Seguimos juntos por cerca de dois quilômetros. Como ela não tinha número de inscrição perguntei o seu nome quando nos separamos e agradeci a sua companhia. Continuei no trote lento acelerando um pouco nas descidas.

Faltando cerca de duzentos metros até a linha de chegada era o momento de usar o pouco de energia que ainda me restava. Mas quando ia acelerar as passadas senti a panturrilha esquerda. Comecei a mancar e logo lembrei do meu ídolo Ayrton Senna nas voltas finais do GP do Brasil de 1991.

Muitos pensamentos passaram pela minha cabeça naquele momento. Olhei para o lado e vi várias pessoas me incentivando e mandando energias positivas. A dor passou e eu consegui cruzar a linha de chegada. Enfim, é muito descrever o que senti depois de concluir a prova. Completei os 21 km em 3 horas, 14 min e 59 min.

No final do mês corri a prova de 6,5 km da Stadium Marathon. Não me preocupei com o tempo e segui num ritmo confortável. Terminei a prova em 49 min 44 seg.

Em junho fui convidado para participar de uma prova diferente. Tratava-se de uma corrida de crianças cadeirantes onde eu seria um dos voluntários que conduziriam as crianças em percurso de 1 km. Me senti muito feliz tanto como corredor como ser humano. Sem dúvida foi uma experiência muito emocionante e gratificante.

E assim terminou o meu primeiro semestre da temporada 2017 de corridas.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *