Na sexta-feira ao final da minha jornada de trabalho segui direto para a loja onde seria realizada a entrega do kit da 2ª Corrida Contra o Relógio – Rei do Parque Barigui. A minha inscrição era a de número 1. Pois é, fui o primeiro a me inscrever na prova.
Esta corrida consistiria em dar uma volta no circuito de 3,3 KM do Barigui. A largada seria individual a partir das sete horas da manhã do sábado. Os participantes mais rápidos na classificação geral seriam coroados Rei e Rainha do Parque.
Cheguei bem cedo, o dia não tinha amanhecido ainda e o pessoal da organização do evento estava lá trabalhando para deixar tudo pronto. Aos poucos os participantes foram chegando e logo iniciaram o aquecimento, afinal de contas a temperatura era de 10ºC com uma sensação térmica ainda menor.
O ambiente lembrava um treino da F1, quando os pilotos definem a sua estratégia e aguardam o melhor momento para entrar na pista para a tomada de tempo. No horário combinado a pista foi liberada e os primeiros corredores largaram em busca do seu tempo. Às sete horas da manhã soprava um vento gelado e foram poucos que largaram.
Eu preferi ficar aguardando eles completarem a volta para conversar a respeito das dificuldades enfrentadas ao longo do percurso, principalmente com relação ao vento. Cada corredor tinha apenas uma volta para marcar o seu tempo e sair no momento errado poderia ser algo desagradável.
O vento frio assustava os corredores e ninguém se arriscava a deixar os boxes. A minha estratégia inicial era ficar na beira da pista observando como os corredores chegavam. Muitos cruzavam a linha de chegada num ritmo lento e demonstrando um cansaço provocado pelo frio.
Fiquei me aquecendo enquanto aguardava o vento diminuir. Decidi largar às oito horas, ouvi atentamente as orientações do coordenador da largada e segui em busca do meu tempo. No primeiro quilômetro consegui manter um ritmo forte, completando a distância em 6 min 37 seg. Aliviei um pouco e procurei manter o ritmo em torno de 7 min 30 seg/min, alternando entre a caminhada rápida e o trote, pois o vento castigava bastante.
Cheguei na marca de dois quilômetros com um tempo de quatorze minutos, o que indicava um tempo final perto dos vinte e três minutos. Alguns metros antes da tomada da última curva olhei para o meu pé direito e percebi que o tênis estava quase desamarrando.
Foi então que surgiu a grande dúvida. Parar e amarrar o tênis ou seguir adiante assumindo o risco de sofrer uma queda? A decisão tinha que ser imediata, pois com o tênis desamarrado eu não teria condições de correr como normalmente faço nos últimos cem metros.
Por esta razão fiz um pitstop rápido antes de iniciar a curva. Entrei na reta acelerei usando toda a energia que havia poupado. Fechei o percurso no tempo de 23 min 14 seg. O ritmo médio foi de 7 min 02 seg, quatro segundos mais rápido que o ritmo do meu recorde dos cinco quilômetros. Posso dizer que participar desta corrida foi muito gratificante apesar das condições adversas. Foi a minha quinta corrida com o Adidas Springblade e consegui o melhor ritmo médio até agora.
O ritmo de hoje aponta para uma melhora do meu tempo nos cinco quilômetros e quem sabe em breve possa bater o meu recorde pessoal.