Vamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente no dia 31 de maio de 1987. Naquele dia seria disputado o GP de Mônaco nas ruas do Principado.
Nos três anos anteriores Ayrton Senna teve grandes atuações em Mônaco. Em 1984 a estreia magistral com o segundo lugar com a modesta Toleman. No ano seguinte com a Lotus preta conquistou a pole e em 1986 chegou em terceiro lugar.
Em 1987 Senna chegou em Mônaco com uma Lotus amarela, cor do novo patrocinador, impulsionada pelo motor Honda. Outra novidade era o sistema de suspensão ativa, que se adaptava às variações do asfalto, um fator fundamental em circuitos de rua. O sistema que ainda dava seus primeiros passos na F-1 e atingiu seu auge em 1992, na Williams “de outro planeta” como Senna chamou os carros ingleses naquele ano.
Nos treinos classificatórios de sábado Senna fez o segundo melhor tempo do grid e ficou atrás apenas de Nigel Mansell, piloto da Williams, que era considerado o favorito por ter o melhor carro daquele ano.
Como seria então o duelo entre eles? Mansell manteve a ponta e abriu uma vantagem considerável nas primeiras voltas: tinha onze segundos segundos à frente de Senna, quando enfrentou problemas no seu motor Honda de sua Williams e precisou abandonar na volta vinte e nove.
Melhor para Senna, que assumiu a liderança e conseguiu manter a ponta com maestria nas quarenta e nove voltas restantes. No final, Senna cruzou a linha de chegada com trinta e três segundos de vantagem para Nelson Piquet, segundo colocado.
Ao receber a bandeirada, Senna foi o primeiro piloto brasileiro a vencer nas ruas de Mônaco. E esta façanha seria repetida em outras cinco ocasiões.
Na festa do pódio, Senna estava tão feliz que quebrou o protocolo e na comemoração nem o príncipe Rainier de Mônaco escapou do banho de champanhe.