Ayrton Senna chegou ao GP de Suzuka, no dia 30 de outubro de 1988, para disputar com o francês Alain Prost o título mundial da temporada de Fórmula 1.
A dupla da McLaren dominou a temporada. Só não venceu o GP da Itália porque na 49ª volta o francês Jean-Louis Schlesser que estava na 11ª posição, ao olhar pelos retrovisores e perceber a aproximação do líder da prova, o carro vermelho e branco da McLaren de Ayrton Senna, encostou o seu Williams pela direita para deixar o piloto brasileiro executar a ultrapassagem pelo lado esquerdo no início da primeira perna da chicane.
Senna ultrapassou-o na primeira perna, mas o retardatário se atrapalhou freando além do limite antes do contorno da primeira curva e assim que conseguiu controlar o carro ele passa na zebra no início da segunda perna da chicane pegando um pouco de areia e atinge a parte lateral do carro de Senna que já estava comprometido nela.
Com o toque, o carro do brasileiro fica preso na zebra da pista, e de lá ele abandona a prova liderada praticamente de ponta a ponta. A vitória ficou com o austríaco Gerhard Berger daFerrari.
Senna chegou ao Japão com sete vitórias contra seis de Prost. No treino classificatório Ayrton Senna foi o mais rápido e conquistou a sua 28ª pole.
A primeira fila, assim, mostrou o que foi a temporada: Senna em primeiro, com Prost em segundo. Na largada o carro de Senna não anda e ele levanta os braços sinalizando o problema na esperança de não levar nenhum toque dos mais de 20 pilotos que estariam atrás dele.
Por sorte Senna ficou intacto e fez com que o carro “pegasse no tranco”. Nesta altura já tinha perdido dezesseis posições e Prost segui na liderança.
A determinação era tanta que na primeira volta Senna ultrapassou oito carros. Na segunda volta, passou os italianos Ricardo Patrese (Williams) e Alessandro Nannini (Benetton), subindo para sexto.
Na terceira, passou o belga Thierry Boutsen (Benetton) e, na freada da chicane, deixou o italiano Michele Alboreto (Ferrari) para trás, na quarta volta.
Mesmo estando ainda doze segundos atrás do líder Prost, Senna mostrava estar determinado a vencer a corrida e o campeonato. No final da décima volta, o brasileiro ultrapassou a Ferrari de Gerhard Berger e assumiu o terceiro lugar.
Agora entre ele e Prost agora só existia o carro do italiano Ivan Capelli (March). Quase no final da 19ª volta Senna assumiu o segundo lugar com o abandono de Capelli.
Quando completou a vigésima volta, Prost olhou pelo retrovisor e viu que o segundo colocado não era o italiano da March, e sim o carro de Senna que vinha andando cada vez mais rápido.
Por diversas voltas, Senna perseguiu Prost e na 28ª das 51 voltas, aconteceu o inacreditável. O brasileiro chegou voando em Prost, armou o bote antes da entrada da reta dos boxes para consumar a sua 15ª e mais espetacular ultrapassagem na corrida.
O francês tentou alcançar o brasileiro até o final da prova, mas Senna não deu espaço para nenhuma tentativa e ainda abriu uma vantagem de treze segundos.
Valeu o título, que parecia estar perdido na largada.