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A edição do mês de Outubro de 2021 da revista “Elle” Espanha trouxe uma entrevista exclusiva com nossa musa inspiradora, Angelina Jolie. Confira a matéria traduzida na íntegra pelo Angelina Jolie Brasil.

Por Susana Blazquez

Exemplo de compromisso e generosidade, a atriz possui uma beleza infinita que cresce em curtas distâncias, graças a um discurso carregado de sentido (e sensibilidade), desta vez a serviço da biodiversidade como madrinha do “Women For Bees”, programa da Unesco e da Guerlain, o qual apoia como embaixadora da marca.

Ela não precisa de muitas apresentações porque brilha no céu do nosso sistema solar como ninguém, com aquela discrição e aquela empatia para com os mais vulneráveis que a tornam única.

Angelina Jolie (Los Angeles, 1975) não costuma ser muito extravagante e, quando é, é porque tem um motivo convincente. Sua nova missão? Dar voz para aquelas que não tem: as abelhas, que precisam ser preservadas, pois desempenham um papel essencial na polinização, necessária para a reprodução das plantas – e para garantir a segurança alimentar do planeta. Símbolo da Guerlain há quase 170 anos, a marca de cosméticos zela por elas há algum tempo, apoiando programas como o “Women for Bees” – em parceria com a UNESCO – que empodera mulheres em uma atividade sustentável ao cuidar das abelhas, projeto do qual a atriz é madrinha.

“Minha relação com a Guerlain começou de uma forma muito autêntica, já que minha mãe adorava seus produtos e eu cresci com aquela ideia de feminilidade e beleza da marca” são as primeiras palavras que ela pronuncia.

O que um projeto deve ter para você estar 100% envolvida nele?

Em primeiro lugar, preciso acreditar nele. Na verdade, há muito trabalho por trás da “Women for Bees” e da rede de apicultoras que criamos com objetivos de longo prazo.

Qual é a sua função exatamente?

Consiste muito em eu me ingressar nos grupos de mulheres que estão se formando e em compartilhar suas experiências. Mas não é tanto sobre eu ser a porta voz, mas sim de me juntar a elas para que sejam ouvidas de forma mais alta, em todos os lugares, para que falem por si, se defendam e para que, então, todas juntas, lutemos pelo meio ambiente e pelas abelhas. Eu trabalho há 17 anos no Camboja e região; a princípio pensei que ajudaria a construir escolas, remover minas terrestres de guerra e coisas assim, mas rapidamente percebi que eu nunca poderia fazer o suficiente, se não proteger o meio ambiente e o ambiente em que vivem primeiro, algo que os deixa vulneráveis.

O que o levou você a se tornar ativista?

Pode-se dizer que minha mãe já era; foi ela quem me levou a um jantar da Anistia Internacional pela primeira vez. Mas o que realmente me despertou um “clique” foi toda a questão dos deslocados e refugiados. Venho trabalhando nessas questões há 22 anos e as coisas não melhoraram – agora, existem mais de 82 milhões de pessoas deslocadas, mais do que o dobro do número de uma década atrás, e as perspectivas não parecem indicar uma melhora. Os motivos são múltiplos: conflitos armados, descumprimento dos direitos humanos… Mas, no final, muitos motivos se dão em razão dos recursos naturais estarem cada vez mais escassos, como a falta de água potável ou a elevação do nível do mar, o que faz com que ilhas habitadas desapareçam. Tudo isso implica pensar em uma nova legislação, porque como é que as pessoas cujas casas estão agora submersas vão poder recuperar seus lares? Se continuarmos nesta linha, o número não vai parar de aumentar.

Sem dúvida, o futuro do planeta depende da educação dos mais jovens. Quais valores você acha que são fundamentais?

Acredito profundamente nos direitos das crianças e em serem ouvidas, algo que algumas pessoas mais velhas tendem a ignorar. Se lhes derem o poder de escolha, acredito mais nelas e acho que elas têm que ser mais protegidas e mais fortalecidas, pois são o futuro. Por esse motivo, acabei de escrever um livro com a Anistia Internacional chamado “Know Your Rights: And Claim Them” [ou, no título em português Conheça seus Direitos: e Reivindique-os”]. É um manual prático para que os jovens entendam e valorizem seus direitos. Meus filhos já o têm e posso mandar um para você se quiser…

Eu adoraria! E que atos sustentáveis você pratica no seu dia a dia?

Coisas pequenas, mas que somam. Por exemplo, tenho muitas garrafas de vidro, em vez de plástico, para que as crianças possam levar; em seguida, são lavadas, novamente enchidas e colocadas de volta na geladeira. Também reciclamos o máximo que podemos e, no Camboja, vivemos com muito pouco e de maneira ecológica. É verdade que em Los Angeles tudo é diferente, são mundos opostos, mas tentamos viver de forma sustentável e conversamos muito com as crianças sobre isso para que sejam o mais cuidadosas possível.

O melhor aprendizado possível é…

Que o exemplo que damos aos nossos filhos é com nosso próprio comportamento, ouvindo-os e prestando atenção. Isso é essencial se quisermos que eles se sintam seguros e se tornem fortes. Só assim eles cuidarão dos outros no futuro.

Fonte: Elle España

Tradução: Angelina Jolie Brasil

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